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PONTO DE VISTA

Na vida, quis ser reta,
mas a reta é infinita em essência.
Virei então reticência, como é todo o entorno, como é o tempo e o mar...

Tantos pontos de ônibus e pontes teimam em por mim passar,
como passam pessoas e palavras sem nem parar...
E entre pontos de parada e jogo, a cada dia, mais um ponto...

Pode ser exclamação, interrogação, ou simples pausa da vírgula envergada na várzea a suspirar...
O que sou é uma porção de pontos ligados fazendo o desenho de um corpo,
e um pântano de pontas na alma a apontar.

Sigo na ânsia por um ponto final, sem entender que três valem mais que um...

A incerteza é mais comum,
não porque trivial, mas por ser de todos!

Vejo que o amanhã é mais um ponto no placar, mais um pente para a mente desembaraçar,
mais pontuações indicando o que ainda virá!

Sou um ponto no mundo,
e a reticência continua e vira reta...
Quero, então, ligação direta e sem ponto final
com o bem e o mal!

Serei intersecção das setas das sensações,
Farei sair todo raio do centro do coração,
E agradecerei cada ponto imposto pelo oposto,
Pondo-no na ponte pra salvação!

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