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PAROXETINA

A condição humana numa cápsula.
Tantos espíritos comprimidos...
Todo riso seja condicionado
e cada bula se a engula.

Alguém, depois de trilhar uma ponte revestida de tubos de ensaio, agora, está entubado e ainda não se deu conta.

Porque a única conta que faz é do pó que põe na fórmula para encher a conta no banco.
E eu banco a idéia de comprar o alívio fabricado por não saber bem como calcular.

Deus fez cérebros capazes de somar descobertas ao início da sua iniciativa de vencer o medo.
A mente é mesmo um diamante com brilho que ofusca e pontas que escondem nós e alavancas.

Mas, eu já não temo o medo.
Sofrer não é o fim do mundo, apenas dele parte.

E parte da receita que trago para tratar meu desalento vem do pensar que não sou o melhor nem o mais frágil dos seres.
Apenas sou o remédio para todos os males do mundo
sem cartela de balas!

Matar quem me deixou presa ao vício da tristeza não me faria menos triste.
E quem sou para exigir que o sol me doure a pele sem a queimar?
Sou sujeito como qualquer sujeito às sujeiras do ar que trazem doenças...

Mas, minha mente, ah...essa mente e finge funcionar empregada em números, causas e leis de gravidade.

É grave a idade que hoje temos.
Anos inconseqüentes de prazer anestésico e imune à dor.

Bem sei que erro e posso no mal continuar.
Mas, faria diferente se disposto a mudar.

De dentro de uma pílula, alguns jovens avistam o lado de fora com desconfiança.
A liberdade comprada e combinada em doses bem calculadas ainda não lhes fez ser livres para ser o que sonham.

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