apenas se agradece,
e não a quem deu,
mas ao que inspirou a vontade de doar
no mediador de qualquer dádiva.
A voz do próprio silêncio,
a embriaguez da solidão,
o sopro que vem com a música da maresia,
ou a voz simples e verdadeira do sambista.
Não há por que se envergonhar de ser só.
Sou o que ninguém mais pode ser.
Isso não é bom nem mau.
E o que dizer dessa antítese,
se antes é tese o que se diz
da separação entre opostos?
Oponho-me às dicotomias.
O branco traz nele o negro.
E eu trago todas as cores e chegas que cabem no mundo.
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