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LENDA DO MATO

Que mistério há
na lenda popular?

No conto de que quem passa
na figueira cheia de graça,
leva uma coça de mão sem carcaça?

Diz que quem bole com a mulher do compadre
origina rebento que bento não é.
Pra espiar os pecados do que pula a cerca,
o diabo, pra que nenhum mais se perca,
faz homem ser lobo em noite de lua cheia.

Que mistério há na lenda popular?
Na pinga que engana o que o zóio vê,
e é tão barata que chega a ter
mais do que gota na água que é de beber?

Esses causo que contam no mato
é coisa séria, sinhô sabe não?
A água que corre no rio não vem do chão.

Vem do céu, da nuvem, do vapor que sai do suor
das plantas que brotam história que eu sei decor.

Diz que o dotô que entrou na floresta
Não mais voltou, quis ficar.
A natureza não deixa fresta
pra quem não costumava olhar.

Como pode tanta gente presa,
em gaiola de papel e mesa,
não sentir essa paz que escorre das pedras
e refresca toda frieza?

Que mistério há
na lenda popular?

Não sei se é só invenção, essas coisas que ouvi por lá.
mas, se for, é só isso mesmo o que deve ser tudo que há.

O que a gente ainda não sabe é que não precisa crer,
mas tem que guardar num canto pra não esquecer.

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