O que nos faz amar?
O que nos torna capazes de sentir?
Será o mesmo que nos faz ter vontade de doar sem nada em troca querer?
Ou é o querer tudo fazer para quem se quer em troca do bem fazer?
Não tenho as respostas para tanta interrogação sem fim.
Mas, também não acho que as questões foram feitas para serem analisadas, compreendidas, sequer respondidas...
A utilidade que nelas vejo é a de fazer pensar e novas dúvidas criar.
Algo me diz que sei amar,
coisas sem som nem grafia.
Ainda não sei distinguir paixão de amor,
dizem que são coisas distantes,
mas, para mim, são instantes do mesmo ardor.
Talvez não tenha vivido tanto para saber,
se viver é passar dias amando, e não passar pelos dias.
Tenho medo de desperdiçar meu hoje com falsos sentimentos,
mas não quero deixar meus sentidos por temer o amanhã.
Quem sabe o amor não está na ausência de receio,
no seio da dor, em não haver termo ao meio,
mas ternura quando uma fase tiver que terminar?
Há coisas que nos cercam
sem aprisionar,
enquanto a falta de enxergá-las
faz de nós mesmos prisão.
Libertar o coração,
e não achar que o que se perde é em vão...
Até onde é amor, ou ilusão?
Não sei onde deixei minhas chaves!