Às vezes tomar papel e caneta é ato que exige muito,
mais do que a coragem de quem se arrisca pulando de pára-quedas.
Escrever é se lançar no abismo negro e profundo das dores humanas,
sem a certeza de que haverá uma corda e se puxar ou agarrar,
quando o medo da queda for maior que a ânsia por conhecer os próprios limites.
Nunca quis ser limitada, sequer pelo instinto de autoconservação,
manifesto no reflexo de fugir ao tombo.
Mas, minha vida não é o que sou.
Ela criou asas próprias,
como a obra que, de tão perfeita,
passa a existir longe da imagem ou vontade do criador.
Minha alma é refém do que
a cerca sem cercear,
enquanto cativada em cativeiro.
Faço combustão do que finjo entender
e sinto com os olhos como motor
para voar até de onde eu possa despencar só.
Meus versos sou eu em queda livre.
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