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CONSELHO DE INSEGURANÇA


Sou conselheira primeira dos erros que cometo.
Não sou palestina, tampouco judia...
Apenas judia-me a ideia de ver tanto tormento.

A Organização das Noções Urgentes que trago na mente,
faz-me sem validade.
É ônus da benevolência humilde essa outra ONU apresentada,
unificada em nada, universal em fachada...

Somos mesmo menores em relação ao que criamos.
Meu Produto Interno é bruto porque ainda não se entregou ao ourives externo.
Fecham-se contas enquanto me fecho, conta,
pregada no tecido dos contos contentes que inventei.

Zonzos, de tanto olhar pro sol do umbigo,
agredecemos aos cientístas por nos dizerem o quanto somos insignificantes.
Cremos tanto nisso, que agora nos bombamos, com foguetes e anabolizantes,
E transpassando balas na carne e em mentes fugindo de fatos,
até que chegue a morte.

Pegue a última pedra e fume ou jogue no inimigo mais próximo...
Antes do apocalipse, já se forma o eclipse que nos faz deixar de ver a lua.

Saio, então, pra rua,
peço, parem,
Digo, sou nada e sou mais,
poderia ser eu a estar morrendo,
que diferença isso faz...

Ou, Deus planejou que estaria ilesa, sofrendo de tiros invisíveis?
Mirou um pouco pra cá, ao invés de me pôr em meio a qualquer conflito...
Me ama esse senhor e sou grata por viver colocada num campo de concentração sem fim.

Com centro em nada,
Concentro ação em tudo,
Pouca coisa mudo,
Mas vivo uma eternidade concentrada.

Que mistério cria o sofrer por outro,
E ao mesmo tempo o encontro sem propósito e palavras?
Que lição há contida na constante lida entre a felicidade interna bruta,
e as relações diplomáticas?

Onde vizinhos são estrangeiros,
mendigos são alienígenas,
Diferenças são afrontas,
Pode-se ser o mundo,
mesmo isolado e recluso em casa.

A TV e a NET dão ordem à humanidade,
e a ONU é parte do espetáculo humano de quem
brinca de Deus, destrundo homens e criando divindades.

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