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AMAR É


Olho a praia e não sei decifrar
Onde termina o céu, onde começa o mar.
A linha no horizonte indecisa
não sabe se divide o ar ou desliza
até a visão de quem se sente um pouco infinito...

Como a linha infinita no azul,
não sei se sou norte ou sul.
Meu peito quer alto alcançar,
minha pele ondula ao luar.

Mas, a mente, essa traz a reta do olhar,
tortuosa, perdida,
silhueta escondida em nuvens,
ela plaina cadente e incandecente,
cortando qualquer brisa.

Os novelos brancos do céu invejam do oceano o balanço
e se vertem em espuma.
Uma estrela do mar cansa do agito em maré
e pula, de repente, ao devaneio, noturna.

Sou maresia, sopro de luz e dia
quando me deixo atravessar
pela preciosidade imprecisa.

Quero navegar e parar também celeste,
ser rosa dos ventos e ventar...
E a natureza inconstância me empreste!

Porque me sinto viva se me bate essa imagem
que o horizonte origina sem pedir passagem.

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