ALIENADA
Ali ou aqui é o nada que me alimenta.
Só vejo imagens em espelhos,
temendo o que deles vive atrás.
Quisera ter coragem para sair quebrando reflexos,
e chamando toda a gente para que o mesmo fizesse,
até o mundo passar a ter a cara da própria imagem.
Não sei bem se existe impressão sem referência.
Eu me imprimo uma intenção de sonhar e sorrir,
E me impressiono se encontro feiúra e desavença.
Até quando, meu Deus? Diga apenas...
O que deve fazer o homem para que te veja?
Talvez abrir os olhos e dele tirar facas para defender a vida.
Quem sabe, arrancar as vendas que lhe tapam vistas e feridas?
Não sei, sei de nada.
Aqui ou ali, é sempre o nada.
Nada de gritos, bandeiras e faixas,
Sigo com os punhos cerrados e atravessados no peito.
Nada de viagens, mudanças e abraços desinteressados,
Meu choro e idéias continuam calados.
Nada acontece de errado. Os dias devem correr bem,
E o silêncio é única palavra.
Permaneço parte da nada animadora manada.
E, a nadar, nada a dar, finjo como tudo, Somar-me a uma verdade esvaziada.
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