e na boca de gravatas ambulantes
que enforcam quem não as usa
e anunciam metas de desaceleração
do fim aceito,
do sofrimento
da poeira escondida pelo capacho.
A vida não quis ter pé limpos sobre sua cabeça.
E quem quis?
Antes de respirar, ela elegeu gravatas
e se escondeu pra não sujar a sala.
E se empoleirou em pirâmides humanas
cambaleantes...
E no alto de árvores castigadas,
pelo tempo acelerado por um relógio de ouro,
que espreme os pulsos de quem não o usa.
A vida encolheu,
acreditou que era menor,
primitiva, errante e desorganizada,
mas existe porque não sabe ser diferente.
A viver,
veio a ver,
que não soube ser usada e,
de pronto, foi condenada
a inalar fumaça.
Não há por que temer.
A gravata conversou com o relógio,
ajustou as turbinas e ponteiros
para matar tudo mais devagar.
A vida não sabe espreguiçar.
Ela pula de janelas e viadutos,
tira-se do mundo quando quer.
E ri de objetos antropomórficos que,
carrancudos e de ombreiras,
dão de ombros ao que é.
1 comentários:
e a vida continua a desejar o mundo,
obtém,
se satisfaz,
cai no tédio,
se desfaz
e deseja de novo.
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