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ABRAÇO MONÓLOGO

Com calos na garganta, eu me calava
até falar línguas que não conheço
e conhecer as próprias falas em outras línguas.

Minhas cordas vocais, Alice ou não,
passaram a tocar nova canção.

Palavras sem som agora ecoam em mim
e fazem assim que eu me sinta parte
de um canto à parte.

Talvez menos mudo, mais mundo,
cheio de gestos e bocas que falam
para que ouça minha alma prensada.

Expansão, expressão,
realidade artística, arte realizada,
flores em rostos,
beleza simples e inspirada.

Com risos e contos da vida
descobri um dialeto.
Nele, dias e afeto
me afetam a caminhada.

Novo código de comunicação,
comum ação com regras
para a descoberta do todo desregrado.

Miro a fresta da cortina
que separa fantasia da verdade
E finjo saber o que sinto por pura vaidade.

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