ABRAÇO INVISÍVEL
A tarde é linda,
O sol tão quente...
Passear no parque
Fez-me mais sensível!
Sensível não, contente!
Só posso estar doente...
Sensível não faz a rima,
É o que sou, mas não rima...
Prometi não ser triste hoje.
Busquei a natureza para me inspirar.
Mas, inspirei palavras sem lirismo junto com o ar fresco,
como se incertezas fossem parte do calor que me atingia a pele.
A água calma do lago se mostrou antítese do meu espírito.
Vi-me só como uma ave que nadava no centro do espelho,
Mas, distante dela, não tinha sua paz...
De único fator comum, tínhamos a visão do nosso reflexo.
Eu, como ela, mirava-me na água, sem bem ver meu rosto.
Olhar para a própria alma não exige que a luz se reflita...
Exige apenas nossa mais ofuscante reflexão.
Previ que meus escritos, buscados como fonte num deserto de esperança,
Sairiam como cactos contorcidos de confusão e melancolia naquele instante...
E abandonei as idéias em letras e o contato com o humano
Para me sentir melhor acolhida pelo silêncio do abraço sombrio e fresco das árvores.
Baixo aos meus olhos, dentro da água, um cardume aproveitava a tarde como se fosse um só corpo.
Tive inveja de tamanha harmonia.
Resolvi, então, voltar ao diálogo com os homens,
E tomei o rumo de saída para a cidade.
Eis, então, que, na escuridão amena da sombra da última planta vista,
Observei antes da partida um senhor claramente sem nada nem ninguém nesta vida...
Cansado do abraço de tamanduá da cidade, ele parecia buscar afago em troncos e folhas secas.
Tive vontade de chamá-lo para dizer que ele não estava sozinho,
Quando o notei com caneta em punho a anotar muito antes essa minha constatação.
Sem mais tentar rimar os fatos da vida,
nem metaforizar meu sofrimento pra deixá-lo belo...
Termino este texto com duas frases simples e diretas:
Às vezes, sinto como únicas companhias pessoas desconhecidas e seres sem fala...
A solidão pode ser o elo de isolados parceiros perfeitos!
A tarde é linda,
O sol tão quente...
Passear no parque
Fez-me mais sensível!
Sensível não, contente!
Só posso estar doente...
Sensível não faz a rima,
É o que sou, mas não rima...
Prometi não ser triste hoje.
Busquei a natureza para me inspirar.
Mas, inspirei palavras sem lirismo junto com o ar fresco,
como se incertezas fossem parte do calor que me atingia a pele.
A água calma do lago se mostrou antítese do meu espírito.
Vi-me só como uma ave que nadava no centro do espelho,
Mas, distante dela, não tinha sua paz...
De único fator comum, tínhamos a visão do nosso reflexo.
Eu, como ela, mirava-me na água, sem bem ver meu rosto.
Olhar para a própria alma não exige que a luz se reflita...
Exige apenas nossa mais ofuscante reflexão.
Previ que meus escritos, buscados como fonte num deserto de esperança,
Sairiam como cactos contorcidos de confusão e melancolia naquele instante...
E abandonei as idéias em letras e o contato com o humano
Para me sentir melhor acolhida pelo silêncio do abraço sombrio e fresco das árvores.
Baixo aos meus olhos, dentro da água, um cardume aproveitava a tarde como se fosse um só corpo.
Tive inveja de tamanha harmonia.
Resolvi, então, voltar ao diálogo com os homens,
E tomei o rumo de saída para a cidade.
Eis, então, que, na escuridão amena da sombra da última planta vista,
Observei antes da partida um senhor claramente sem nada nem ninguém nesta vida...
Cansado do abraço de tamanduá da cidade, ele parecia buscar afago em troncos e folhas secas.
Tive vontade de chamá-lo para dizer que ele não estava sozinho,
Quando o notei com caneta em punho a anotar muito antes essa minha constatação.
Sem mais tentar rimar os fatos da vida,
nem metaforizar meu sofrimento pra deixá-lo belo...
Termino este texto com duas frases simples e diretas:
Às vezes, sinto como únicas companhias pessoas desconhecidas e seres sem fala...
A solidão pode ser o elo de isolados parceiros perfeitos!
0 comentários:
Postar um comentário