Quanto mais me digo,
menos comigo
pareço
ou pereço
entre ideias
sobre o que sou
Talvez eu fale sem saber
porque a palavra
é menos importante
quando estou assim diante
de um espelho feito do outro
Nesse corpo alheio,
meu reflexo é sem forma,
desvanece,
desce sem roupa
e retorna
ao antigo lugar
onde se fabricam os medos...
Quero a projeção
do que desconheço
dentro e fora de mim,
mas ainda não sei
onde termina meu canto
e começa o que me contaram.
Frases de antes me amordaçaram
e já não tenho voz para um grito
Sou meus próprios conflitos
feitos de dor e cura
Não consigo ter amargura,
mas carrego a acidez
do julgamento,
enquanto provo
provas por todo lado
Cada expressão é um fardo
superficialmente leve,
sem a substância
do que calam os sentidos
O egocentrismo me centrifuga
e foge a indicar o centro
das coisas
Girando em meu eixo desajustado,
fui dispersa em peças desesperadas
e apressadas pela volta
Mas, a origem de tudo tampouco importa...
Espero a aceitação calma
frente ao abismo
que, assim como o salto,
é da mente obra
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