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AMPULHETA

Farta dos fatos e,
fatalmente fatídica em fotos,
Vejo: o que aconteceu não se retrata,
nem se redige ou relata.

Meus passos de antes se apagaram com o vento,
que emaranhou cabelos e dissipou sentidos.
Mas, tenho ontens antigos em mim,
ocos e incrustados como ostra em rocha.

Conto histórias usando insuficientes números
porque sequer as palavras são infinitas.

Aninhada no amanhã,
quando o agora é agonia,
a manha dos homens
foge ao hoje.

As horas presentes, tão rápidas,
bastam e desbastam o topo dos mais altos planos,
e os segundos seguem e me seguem,
sendo vida e morte a todo instante.

O atual é tudo
E nada é o bastante.

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