Quis fazer poesia sem verbo,
nem sujeito,
só objetos cheios de cor, cheiro e gosto,
que me chagessem a cada um dos sentidos
abertos, à vidos por vida.
Mas, fui aparecendo nos espaços entre uma
palava e outra,
espaçosa, ainda que fina, abrindo os braços,
como quem busca ocupar um lugar qualquer,
desde que espaço.
Talvez não conheça tantos objetos assim,
ou seja eu o objeto mais direto
e capaz de trazer e causar sansações,
tanto quanto temer os outros elementos
do predicado onde estou.
Ou ainda, os objetos corram de mim
por saber o que lhes espera:
resumidos, consumidos, definidos, contextualizados...
Seguro-os por um instante, que finda quando ainda
não estou safisteita, depois de tirar proveito.
Retirada, ausente dos jornais que compro
e piso sobre o forro improvisado no chão,
solo que envolvo de realidade para não arranhar,
corro de novo à página branca,
esperando para me ver de novo cair pesada,
folgada e grande em cada canto vaziamente
cheio da folha.